quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mais da metade dos gestores não atende expectativas dos comandados

Pesquisa da Michael Page, realizada com mais de 1500 profissionais de diversos setores e níveis hierárquicos no Brasil, avalia a percepção dos entrevistados com relação às suas próprias expectativas com relação aos seus líderes ou liderados.
De acordo com Paulo Pontes, Presidente da Michael Page Brasil, esta pesquisa é importante ferramenta para auxiliar as áreas de recursos humanos a melhor organizarem o fluxo de informação e comunicação entre áreas, líderes e liderados.
“Em diversas ocasiões, a comunicação é o fator primordial para o sucesso ou o fracasso de qualquer estratégia corporativa. Isso é mais evidente nas relações entre equipes, especialmente quando envolvem expectativas destes executivos”, conclui.
A Michael Page perguntou aos profissionais juniores se o seu gestor atende às suas expectativas e mais da metade dos entrevistados disse que não. 52% dos profissionais não estão satisfeitos com seus gestores.
Em paralelo, foi perguntado aos gestores se eles se sentem preparados e aptos a coordenar os times que possuem. Mais de 73% afirmaram que sim. Ou seja, se sentem preparados para liderar e acreditam que o façam de maneira satisfatória a seus liderados.
“Isto mostra uma tendência importante. Os gestores podem estar vivendo um distanciamento significativo da realidade de seus times, muito pela pressão por resultados ou pela demanda dos níveis mais altos da organização. Isso cria uma pressão por exposição que o afasta muitas vezes do dia-a-dia dos times”, afirma Pontes.
Quando explorados os requisitos que cada grupo acredita ser de grande importância para que esta relação seja ideal, são percebidas muitas diferenças. Foi perguntado aos gestores, por exemplo, como eles se enxergam, ou seja, quais características são mais fortes em seus perfis.
Itens como Integridade, visão estratégica e Participação são os mais freqüentes na mente do gestor como fatores mais importantes para uma boa liderança. Quando perguntado aos liderados o que eles esperam de seus gestores, as respostas mostras as diferenças de maneira mais contundente.
O resultado mostra que, apesar de fatores como participação e visão estratégica figurarem entre as prioridades nos dois grupos, o item motivação é algo que ainda falta à gestão atual.
“Normalmente, as equipes mais consolidadas, com certo nível de senioridade, já possuem os aspectos técnicos necessários. Sua performance pode melhorar a partir daí por meio de um processo motivacional consistente”, afirma o especialista.
“Depois de certo tempo, o profissional busca um motivo para seguir motivado na companhia. E isso muitas vezes passa por um forte trabalha de inspiração do gestor. Mostrar perspectiva é fundamental para preservar a força da equipe”, reforça.
Quando perguntados sobre o que deve ser feito na prática para a melhora da gestão, os dois grupos chegam em um consenso: Comunicação. 73% dos liderados e 60% dos líderes são categóricos em dizer que, para melhor equilibrara esta relação, aperfeiçoar o fluxo de comunicação é fundamental.
Pontes ainda explica que, apesar deste alinhamento de pensamento quanto à prioridade, a dificuldade em implementar isso ainda é grande. Um processo consistente de feedback e comunicação com os times, por mais que seja percebido como todos como importante na organização, ainda enfrenta diversas dificuldades na implementação prática.
“Os RHs têm trabalhado em ferramentas e processos para melhorar este fluxo, mas isso ainda depende fundamentalmente do perfil pessoal e disciplina do gestor. “Isso deve fazer parte da agenda prioritária do executivo”, afirma.

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