domingo, 9 de outubro de 2011

Planejar a carreira é uma etapa importante

Preparativo deve ocorrer o quanto antes para se tornar a base da profissão e possibilitar que o sucesso seja alcançado; especialistas apontam o rumo.

Jovens que aprendem a planejar a carreira têm mais chances de serem bem-sucedidos no trabalho.

Ao contrário do que muitos jovens acreditam, o planejamento da carreira deve ser feito muito antes do que se imagina. Isso porque ele é a base para o sucesso profissional.

De acordo com a consultora de Recursos Humanos da Catho Online, Lilian Santos, quem realiza o planejamento de carreira desde os primeiros anos da faculdade certamente estará passos à frente na caminhada rumo ao sucesso profissional.

"Esse planejamento faz com que o futuro profissional realize uma autoavaliação, formando uma visão clara de suas habilidades, qualidades, interesses e inclinações pessoais, bem como defina objetivos e preferências profissionais e elabore um plano direcionado a obtenção da capacitação e acesso às experiências necessárias para atingir as metas de carreira".
Para a sócia-diretora da Nextview People, empresa parceira do Grupo DMRH/Cia de Talentos, Danilca Galdini, planejar é importante em qualquer momento da vida. Planejar qualquer coisa envolve pensar no que gosta, no que quer, no que é possível conseguir, nas dificuldades e nos facilitadores, dentre outras coisas.

Dose certa

Assim, ela destaca que é interessante pensar nisso tudo para sua carreira desde o início da faculdade para poder fazer escolhas conscientes. "Entretanto, é preciso não errar a dose e acabar engessando as possibilidades, ou seja, planejar desde o primeiro ano tudo o que quer e esquecer-se de ser flexível, pois isso pode fazer com que o profissional perca boas oportunidades", avalia.

No entanto, o professor do curso de Gestão de Recursos Humanos da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Marcelo Alessandro Mathias, diz que, na verdade, o planejamento deveria ser realizado antes do início do curso superior, pois é o momento no qual as pessoas idealizam seus objetivos profissionais a curto, médio e longo prazo. "A decisão por este ou aquele curso é parte integrante de um plano de carreira estruturado. Por isso, os pais e as escolas devem orientar os jovens para eles estarem mais certos da escolha quando esse dia chegar".
Segundo ele, infelizmente, muitas pessoas ingressam no nível superior apenas para obter o diploma. "No futuro, isso poderá tornar uma frustração para o profissional, pois, ao invés de planejarem uma escolha adequada, foram pelo ímpeto e sem planejamento, o que não lhe trará retorno positivo", explica.

Lilian revela que quem planeja a carreira desde início da faculdade, tem a chance de investir em cursos complementares que vão ao encontro do seu objetivo, realizar estágios e desenvolver habilidades, competências e comportamentos apropriados.

De Juliana Miranda
Jornal Mogi News

Projeto de lei põe em debate novas regras para o estágio

Bolsa - Auxílio
Mudança na lei vai beneficiar os estagiários de baixa renda 
A Lei do Estágio completou três anos. Ela conquistou grandes benefícios para os estudantes brasileiros, como o horário limitado de 30 horas semanais e recesso remunerado, dentre outros itens, desde o seu lançamento em 26 de setembro de 2008. No entanto, agora tramita na Câmara um projeto de lei para estabelecer bases salariais em cada nível de estágio.
Com a lei 900/11, de autoria da deputada Federal Nilda Gondim (PMDB-PB), as categorias receberiam de acordo com o nível escolar, usando o salário mínimo como base.  Estudantes de educação especial e nos anos finais do ensino fundamental ganhariam o equivalente a um salário mínimo. Já para alunos de nível médio, o valor subiria para um e meio, enquanto o de nível superior, aumentaria para pelo menos dois.
A proposta ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados, passando pelo plenário até chegar ao Senado. De acordo com a deputada, o estágio não é só uma atividade para a formação do profissional, como também um meio de sustento econômico para estudantes de baixa renda.

De acordo com recente pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), a maior média de bolsa-auxílio no Brasil é de R$ 1.089,57, para economistas de nível superior. O valor é bem próximo a dois salários mínimos, porém, há muitas diferenças regionais. Logo, valores pagos em São Paulo são bem diferentes de regiões no Norte e Nordeste.

Risco

Para o presidente do Nube, Carlos Henrique Mencaci, a medida é muito arriscada. "Cada Estado tem sua particularidade econômica, tornando impossível fixar um valor de bolsa auxílio. A tendência é diminuir drasticamente o número de estagiários, caso ela seja aprovada", explica.

Uma alternativa para beneficiar economicamente os estudantes seria a diminuição dos impostos para universidades, barateando assim o custo dos cursos. Programas de auxílio aos alunos, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), por exemplo, também poderiam abranger uma população maior.

Projetos de incentivo às empresas para abrir mais vagas poderia ser discutido para ampliar o acesso ao mercado de trabalho para milhões de estudantes. Atualmente, somente 3% dos alunos do ensino médio e 14,5% do superior conseguem estagiar. Um número muito baixo.

domingo, 2 de outubro de 2011

Projeto que muda aviso prévio pode evitar demissão

Nova regra deve contribuir para evitar dispensas arbitrárias.

Na opinião dos Juízes do Trabalho, o projeto de lei que aumenta de 30 para até 90 dias o aviso prévio que o empregador deve conceder ao trabalhador no caso de demissão representa um avanço e inibe a demissão arbitrária. O Projeto de Lei 3941/89, do Senado, foi aprovado na semana passada no plenário da Câmara e segue para sanção presidencial.
Para o diretor de Assuntos Legislativos da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Germano Siqueira, a proposta aprovada representa o progresso que foi possível na discussão parlamentar para atender à Constituição Federal.
De acordo com o texto, para os trabalhadores que tiverem até um ano de trabalho na mesma empresa, o aviso prévio será de 30 dias, garantido pela Constituição. Após esse período, deverão ser acrescentados três dias para cada ano de serviço prestado na mesma empresa, limitados a 60 (equivalente a 20 anos de trabalho). Assim, a soma desses períodos perfaz um total de 90 dias de aviso prévio.

Siqueira opina que não há possibilidade de aplicação retroativa da lei, após sanção presidencial, conforme se cogita. "Mas hoje já há decisões judiciais que concedem aviso prévio mais amplo com fundamento direto na Constituição e, com base na analogia (aplicação de regras semelhante ao caso), isso pode continuar a acontecer aos casos anteriores à lei", esclarece.

Por outro lado, a proposta da entidade, apresentada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), estipula prazos para o aviso conforme o tempo de serviço do empregado na empresa, podendo chegar a 180 dias corridos, se o trabalhador for contratado há mais de 15 anos.

Fiesp
Sobre a questão, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) alerta que o aviso prévio não é uma verba indenizatória, mas um compromisso entre as duas partes, empresa e trabalhador.
A entidade acredita que a extensão do aviso prévio pode prejudicar trabalhadores que pensam em mudar de emprego. "Imagine que um profissional deseje mudar de empresa. Ele pode ser obrigado a cumprir um aviso prévio muito longo e acabar perdendo a nova oportunidade, ou ter de pagar um valor maior à empresa", conclui o presidente da entidade, Paulo Skaf.
 

Setor de RH tem função estratégica

O bom gerenciamento da equipe, mesmo em pequenas empresas, contribui para o sucesso dos negócio.

Uma boa gestão de funcionários é fundamental para o sucesso das empresas. Segundo a diretora jurídica e de Recursos Humanos da Trevisan, Priscila Soares, nos últimos dez anos o setor vem ganhando importância nas organizações, sendo considerada uma das áreas estratégicas para a condução dos negócios. "Uma boa administração neste setor pode evitar conflitos com relação aos benefícios e pagamentos e um gestor com visão de gerenciamento de pessoas consegue explorar as qualidades da equipe", afirma a especialista.
Para a gerente do escritório regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Cristiane Rebelato, o tema ainda é um desafio para as micro e pequenas empresas: "Muitas vezes, o empreendedor se envolve com todas as atividades relacionadas ao negócio e não destina um tempo para a gestão de sua equipe."
Dentre os principais erros cometidos pelos pequenos empresários, a gerente regional do Sebrae ressalta o fato de não darem a atenção necessária já no processo de seleção, optando muitas vezes por pessoas da família ou indicados por amizade e não por conhecimento técnico.
Cristiane recomenda que o empreendedor esteja atento, realizando constantemente o feedback com seus funcionários para alinhar expectativas e comportamentos. A falta deste retorno e do acompanhamento, segundo ela, pode comprometer o alcance das metas.

Departamento

A criação ou não de um departamento de Recursos Humanos dependerá de uma análise de custos e benefícios. A diretora da Trevisan explica que multinacionais que começam a trabalhar no País contam com gestores da área mesmo para equipes pequenas.
Nos pequenos negócios, a gerente regional do Sebrae afirma que não há um número mínimo de funcionários que determine quando se deve ter alguém da empresa ou um departamento específico. "A empresa pode, por exemplo, ter apenas três funcionários, mas se cuidar dessa equipe estiver tirando muito o empreendedor do foco principal do negócio, é hora de se pensar em colocar um dos funcionários para fazer a gestão de pessoas", salienta.
Cristiane alerta para que a gestão não seja direcionada a um escritório contábil por incluir outras questões, como a definição de perfil e competências esperadas de cada função.