segunda-feira, 16 de maio de 2011

Adaptação é a palavra de ordem no mercado

Especialistas em carreiras, como Tom Peters, preveem que o emprego em escritórios, aquele que os norte-americanos chamam de colarinho branco, é um bicho em franca extinção e deverá desaparecer nos próximos anos, pelo menos da forma como está configurado hoje. Em seu lugar, haverá duas novidades: uma nova relação empregatícia e uma maneira de trabalhar totalmente diferente daquela que conhecemos desde o início do século 19.

Essas novidades não representam mudanças radicais como podem aparentar. Basta lembrar que, há cem anos, as mensagens ainda eram escritas à mão e transportadas por mensageiros; a escrita era penosamente lenta; e as fórmulas e anotações jaziam em enormes livros e caixas. O modo de trabalhar, pelo menos no tocante às funções de escritório, não havia mudado muito desde o fim da idade média.

No século XX, o mundo passou por uma revolução tecnológica e administrativa que mudou as relações de trabalho. O telefone, as máquinas de escrever e calcular, o advento das copiadoras, da microfilmagem, do telex, do fax, da telefonia por satélite, do celular e, principalmente, do microcomputador ligado à Internet mudaram progressivamente a organização do trabalho nos escritórios. Hoje, a própria relação empregatícia está migrando para contratos mais flexíveis. O trabalho temporário ou por projeto cresceu de forma vertiginosa, enquanto funções foram terceirizada ou quarteirizada. Parafraseando o poeta e compositor Vinicius de Moraes, que o emprego seja eterno enquanto dure.

As modernas tecnologias proporcionam grande mobilidade e, em muitos segmentos, não é mais necessário que as pessoas se desloquem diariamente para a empresa. Principalmente nos Estados Unidos e Europa, um grande contingente de profissionais já trabalha em suas casas ou em qualquer lugar que deseje.
Porém, nessa era de informação, mobilidade e conhecimento instantâneo, surge a necessidade de equilibrar as habilidades básicas e específicas dos gestores e profissionais. 

Elas precisam ser adaptadas às mudanças do mercado. A cada inovação tecnológica, a cada atualização ou extinção de serviços, é necessário rever conhecimentos, estar aberto para incorporar outras habilidades e aprender. O ritmo, obviamente, é alucinante: nem bem se familiarizaram com o computador, o executivo tem de dominar e incorporar ao seu cotidiano tecnologias emergentes como iPod, iPad e outras inovações.
A pessoa que tem mente curiosa e criativa é o profissional mais capacitado para atender às expectativas do mercado de trabalho atual.

Toda grande mudança gera grandes oportunidades. Os perdedores de amanhã serão aqueles que não querem aprender a se adaptar às novas realidades que virão. Os ganhadores serão aqueles, de todas as idades, níveis hierárquicos e funções, que se mostram disponíveis para assimilar novos conhecimentos e tendências. A capacidade de adaptação é, portanto, uma das principais características do profissional de hoje.


Marcelo Mariaca
É presidente do conselho de sócios da Mariaca e professor da Brazilian Business School.

domingo, 1 de maio de 2011

Rodízio aumenta o potencial dos colaboradores

Passagem por diferentes áreas da empresa, chamada de job rotation, amplia a visão estratégica do negócio.
Técnica faz com que profissionais entendam melhor os impactos de seu trabalho nos resultados .

Os funcionários que conhecem a empresa profundamente, possuem uma visão sistêmica do negócio e buscam novas ações estratégicas para aplicar no cotidiano da organização fazem parte de um modelo ideal de colaborador, segundo os especialistas. "Profissionais assim conseguem trazer resultados mais positivos, mas isso só é possível se houver uma abertura na organização. Um recurso eficaz que permite que as pessoas conheçam e compreendam o funcionamento da organização é o job rotation", afirma Simone Viana, analista de recursos humanos e headhunter da Global Network.

O job rotation é uma espécie de rodízio, no qual os colaboradores passam por diversos setores da empresa, com o objetivo de propiciar novas habilidades, conhecimentos e atitudes que possam contribuir para o crescimento e desenvolvimento da organização. "Quando o profissional entende que as suas ações podem ter diferentes impactos nas mais diversas áreas da empresa, ele irá pensar com muito mais cautela antes de agir e tomará decisões que tragam benefícios ao todo e não apenas a sua área específica de atuação", ressalta.

Ter uma visão ampla é fundamental para que o negócio e os profissionais progridam e o job rotation permite esta flexibilidade, desde que o administrador conheça esta técnica e os funcionários entendam o seu funcionamento. "As regras devem ficar bem claras e a comunicação sobre o programa deve ser transparente. Normalmente o job rotation é utilizado para executivos, trainees e estagiários, considerados possíveis líderes, o que pode causar insegurança nos demais profissionais", observa a analista.

Simone destaca que a técnica é indicada para organizações de qualquer porte, tendo resultados mais evidentes nas grandes empresas, já que seus setores possuem um maior distanciamento.
Para os profissionais, de acordo com a analista de recursos humanos, a vantagem é que, ao conhecer a empresa como um todo, sua capacidade para adquirir mais responsabilidades é intensificada, assim como as habilidades necessárias para assumir novos desafios e novas funções.
A implantação do job rotation exige planejamento e o envolvimento de todas as áreas da empresa para que os resultados sejam positivos. O processo deve ser bem conduzido e é necessária a capacitação de todos que irão participar, por meio de treinamentos e orientações. "Todos os setores devem estar alinhados, em especial as áreas de liderança como a diretoria. Após a implementação o processo deve ser acompanhado e os profissionais devem receber o feedback", acrescenta.

http://www.moginews.com.br/materias/?ided=1186&idedito=35&idmat=91649

Cresce a preferência pelos mais jovens para a gerência

Investimentos na carreira têm feito a diferença, mas a ansiedade em excesso pode atrapalhar.
Katia Brito - Jornal Mogi News

O desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais favorecem os jovens executivos em sua rápida ascensão profissional .

Os cargos de liderança em empresas de diversos segmentos têm sido ocupados por profissionais cada vez mais jovens. Pesquisas indicam que, atualmente, mais de 20% dos gerentes do País pertencem à chamada geração Y, ou seja, de nascidos entre as décadas de 1980 e 1990.
Para a psicóloga da Nic Recursos Humanos Julia Grieco do Prado, este é um fenômeno dos últimos anos, provocado pelas competências comportamentais desta geração que os conduzem para os cargos de liderança. "São jovens que não demoram para colocar uma ideia em prática e se arriscam mais em estudos e projetos para alcançar a liderança. Eles acreditam mais em seu potencial e com isso assumem rapidamente uma melhor posição na carreira", observa Julia.
Outro fator importante, segundo a especialista, é o fato deste grupo iniciar os estudos ainda bem jovens, concluindo o ensino superior, pós-graduação e cursos de especialização. Toda esta capacitação faz com que eles desenvolvam competências técnicas, que os preparam melhor diante do cenário empresarial, possibilitando dessa forma explorar também as competências comportamentais necessárias para assumirem um cargo de liderança.
Entre as características que se sobressaem nestes profissionais, Julia ressalta a liderança, o foco em resultados, iniciativa e tomada de decisão, orientação para o aprendizado, empreendedorismo, criatividade e dinamismo.
Os programas de trainee são oportunidades para a demonstração destas habilidades e dos conhecimentos adquiridos na trajetória acadêmica. "O jovem assume responsabilidades e aprende constantemente a desenvolver sua carreira, dessa forma ele pode atingir o sucesso profissional com rapidez", observa a psicóloga.

Ansiedade
A dificuldade para reter estes talentos é um problema apontado pelo diretor-executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Marshal Raffa. "O imediatismo e a ansiedade dos jovens profissionais é um ponto difícil de ser trabalhado. Eles são preparados para assumir rapidamente um cargo de gerência e quando isso não ocorre ficam extremamente frustrados", alerta o diretor.
A recomendação de Raffa é para que o profissional faça um planejamento da carreira e verifique a possibilidade de crescimento que a empresa oferece e qual o período em que isto costuma ocorrer para avaliar se vale a pena aguardar uma oportunidade ou buscar novos horizontes.
Para as empresas, a dica é a criação de um programa de retenção de talentos para motivar seus colaboradores. O diretor-executivo também afirma que é preciso trabalhar a ansiedade e os objetivos profissionais no cotidiano dos jovens.

http://www.moginews.com.br/materias/?ided=1186&idedito=35&idmat=91646